terça-feira, 22 de abril de 2014

Decisões!

  Do dia a dia, de vida, que te fazem mudar o rumo "natural" das coisas. Há gente que pode tentar fugir destas decisões. Mas será mesmo possível? Se pensarmos bem, elas estão por todos os lados. Que vestir de manhã, ao almoço escolho fruta ou como um doce, volto para casa ao fim do dia ou sento-me numa esplanada como esse amigo com quem não falo há tanto tempo e tomo um vinho?
  Há quase dois anos tomei essa decisão que não só mudaría a minha vida, como também me mudou a mim. Saí de casa da minha mãe, mudei de cidade, de país, de idioma. Mudei essa pessoa pequenina e inquieta que vive dentro das minhas ideias.
  E tenho a dizer que estes dois anos e meio que passaram tiveram tanto de difícil como de incrível. Dependi dos meus pais à distância, procurei trabalho, procurei casa, voltei a procurar trabalho, fiquei sem casa. Conheci gente, conheci gente diferente, conheci mais gente ainda. Bebi com estranhos que se tornaram amigos e descobri amigos que afinal me eram tão estranhos. E escrevi, tive ideias, construí e moldei-me a novos sonhos. E a tinta voltou a rolar de forma natural em folhas de papel vazias.
  E agora talvez seja o momento de tomar novas decisões. De ouvir de novo aquela miúda de doze anos que sonhava com coisas improváveis. Que não acreditava no impossível.
  Essa menina tinha um sonho e agora já meio adulta esse sonho voltou para atormentá-la, para remexer de novo a sua zona de conforto.
  Quando era pequenina os meus pais diziam-me que eu sofria do efeito da mosca tzé-tzé, tal era o meu nível de preguiça. E hoje parece que se me invade um bicho carpinteiro pelo corpo e que não me deixa sossegada, no mesmo lugar, na mesma cidade, no mesmo idioma.


  From everyday life, from life itself, those ones that make you change the "natural" way it's suppose to be. Some people may try to avoid these decisions. But is that really possible? If we think about it, they are everywhere. What to dress in the morning, at lunch shall I eat fruit or just a bit of desert, do I come back home at the end of the day or shall I go to some terrace with that friend I haven't talked to for so long and have a glass of wine?
  Two years ago I made the decision that, not only would change my life, but would also change me. Left my mum's place, changed the city, the country, the language. Changed that unquiet little person from my own ideas.
  And I must say that these two years had as many hard moment as incredible ones. I depended on my parents from a distant place, searched for a job, searched for a place, searched for a new job again, got left with no place. I met new people, different people, met some more people. Had drinks with strangers that became friends and found friends who were so strange to me. And I wrote, I had ideas, I built and changed myself to new dreams. And the pen has drew again, in a natural way, on empty sheets.
  And now may be the moment to make new decisions. To ear again that little twelve years old girl who used to dream with unlikely things. Who didn't believe in the imposible.
That little girl had a dream and now, almost as an adult, that dream has come again to mess with her, to fright her comfort zone.
  When I was a little girl, my parents used to say that I had probably be bitten by a tze-tze flight, due to my level of laziness. And today, it seems that something else has invaded my body and it doesn't let me quiet at the same place, at the same city, at the same language.

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