sábado, 27 de abril de 2013

Novo projecto... ou um sonho antigo?


 Quando era mais miúda, assim pela adolescência, adorava o surf. Nunca cheguei a practicá-lo de verdade porque era demasiado preguiçosa e inventava desculpas. Mas comprava revistas de surf, tinha uma assinatura anual na SurfPortugal, a parte interior da porta do meu armário estava forrada de fotos, comprei os livros todos do Gonçalo Cadilhe. E uma vez até obriguei o meu pai a levar-me à Costa da Caparica, porque tinha ganho uma aula grátis num concurso qualquer da rádio. Ainda cheguei a praticar snowboard, mas o surf foi aquele pequeno senão que me ficou atravessado.
Na faculdade, cheguei a ir uma ou outra vez para Carcavelos com uma colega que sabia do assunto. Quatro miúdas de metro e meio e duas pranchas de surf dentro de um Opel Corsa. 
 Mas, com o passar do tempo, o surf foi perdendo lugar na minha vida, à medida que outras coisas foram surgindo. E logo numa altura em que cada vez conheço mais gente que o pratica. 
 O regresso desse fantasma deu-se há dois meses atrás, quando fui contratada pela Fox Head Europe, para o posto de Customer Service para Portugal e Espanha. E há duas semanas os chefes nos deram uns vídeos sobre profissionais das várias modalidades patrocinados pela marca e o que de melhor aconteceu na temporada passada. 
 E, de repente, completamente fascinada ao ver alguém entrar dentro de uma onda, com a mesma naturalidade com que eu sorrio ao vê-lo, e sair dela recordando-me a noção de "tubo", voltei a ser a miúda de 13 anos encantada com uma viagem de jipe pela costa vicentina. De repente, ao ver esses vídeos, eu era de novo aquela menina de 15 anos, perdida nas leituras e fotos de praias que talvez nunca venha a visitar. De repente o mesmo sentimento de estar a sonhar com a descoberta do mundo se apoderou de mim.
Há sensações que felizmente não perdemos com a idade, e que, ao voltarmos a senti-las, nos transportam no tempo. Nos levam a sítios e momentos perdidos na memória. Nos fazem sentir que por muito que eu mude, eu sou ainda aquela miúda que sonha com ter o mundo por conquistar.


When I was a little girl, around my early teens, I loved surf. I never actually practised it, because I was too lazy and had too many excuses. But I used to buy all the surf magazines, I had an annual signature of Surf Portugal magazine, the inside door of my wardrobe was full of pictures and I bought all the Gonçalo Cadilhe’s books. Once I even made my father take me to a beach on the other coast, because I had won a free class in some radio contest.
At College, I went once or twice to Carcavelos with a friend who used to practice it. Four half-meter size girls and two surfboards inside a small Open Corsa car.
With time, surf went on loosing its place in my life, just as other things were taking its place. And precisely in a time when I know more and more people doing it.
Till two months ago, when I was called to work at Fox Head Europe, for the Costumer Service to Portugal and Spain. And two weeks, our bosses have gifted us with some videos of professionals from the different modalities, sponsored by Fox and what the most was done last season.
And then, totally absorbed by seeing someone getting inside a wave, with same naturally I smile watching it, and coming out, kind of reminding me what a “tube” was, I went back on being the 13 years old girl, conquered by a trip down the vicentina’s coast by jeep. Suddenly, watching those videos, I was again the 15-year-old-girl, lost in reading and photos of beaches I may never go to. Suddenly, the same feeling of being dreaming with finding the world, has taken the whole of me.
There are feelings that hopefully we don’t loose with age, and when we get back to them they can take us on a time trip. Taking us to places and moments lost in memory. Making us feel that for as much as I change, I’m still that little girl who dreams she has the whole dam world left to conquer. 

Sem comentários:

Enviar um comentário